Primeiramente, vou falar sobre a criação da fic. Ela "aconteceu" na época que eu fazia curso técnico de gráfica, isso antes de eu entrar na facul. Eu escrevi algo no caderno, o que seria um esboço do primeiro capitulo e dei pra uma amiga ler, ela gostou muito rs. Eu resolvi levar isso a frente para dar um sentindo aquele curso que simplismente fazia por fazer. Em meio a tintas e papéis eu parava num dos cantos da sala de grafica e sentava para escrever essa historia. Acho que por isso não pesei a mão e coloquei uma história leve, sem muitas tensões. queria que minhas amigas tivessem um pouco de fantasia em suas vidas, mas hoje em dia acho que não contempla mais isso. por isso mudei um pouco. alias, mudei quase tudo.
Capítulo 2
“Ah meu Deus! Já são sete horas! O relógio não despertou e logo no meu primeiro dia de aula vou chegar atrasada! Não podia ser pior.”
Escolheu uma roupa bem formal para o primeiro dia, já que não tinha uniforme. Uma calça jeans meio folgada , uma blusa branca de algodão, tênis preto e um colete de crochê de várias cores porque fazia frio. Resolveu prender o cabelo bem no alto. Arrumou-se no espelho, usou maquiagem discreta para disfarçar o inchaço nos olhos e um batom cor de boca.
Fez umas torradas e um café forte. Ficou lembrando-se da semana anterior, quando haviam chegado de viagem, que havia conhecido um garoto super simpático na praça do bairro. Mesmo voltando ali várias vezes depois do ocorrido, não o reencontrou. Agora que o telefone estava instalado, queria lhe dar o número, para que pudessem conversar com calma. Mas não tirava da cabeça a possibilidade de nunca mais vê-lo. Apesar dele parecer uma pessoa bacana e um bom amigo.
“ Ah sim, era Gui seu 'nome'”
Pegou a mochila e saiu assim que tomou o café.
No caminho ainda passou pela praça onde encontrou Gui. Nos outros dias em que não o encontrou deu várias voltas pela vizinhança para conhecer todo o bairro. De alguma forma, sua tristeza havia se dissipado, não totalmente mas já conseguia sorrir. Ainda não havia passado na área que fica próxima a escola. Colégio Monte Castelo era o nome. Uma escola renomada e particular onde, possivelmente, passaria o resto de seus anos escolares até que fosse para faculdade. Não sabia nem como começar. Não conhecia ninguém, provavelmente todos os grupos da turma já estariam prontos e mesmo sendo muito comunicativa, seria difícil fazer amizade com o pessoal popular.
Finalmente havia chegado. A escola era enorme e haviam poucas pessoas na portaria.
- Com licença, senhor...
- Sim? Um porteiro velho e barbudo a atendeu.
- Eu sou aluna nova e gostaria de saber onde fica a sala 8B.
- 8B? Você já está na oitava série? Parece-me muito novinha! Diz o porteiro zombando dela.
- Ei senhor, já tenho catorze anos se quer saber! Dizia ela fazendo biquinho.
- Pequenininha desse jeito? Duvido. Tá mais pra doze.
- Ora seu...
- Menina, se quer saber alguma coisa, pergunte ao Diretor Adjunto, ele com certeza vai saber te explicar. Além do mais, não posso sair da portaria agora.
- Onde posso encontrá-lo? Pergunta Joan ainda tensa.
- Segue direto neste corredor.
Enquanto ela ajeitava a mochila, apareceu um homem com uma aparência jovem, um bigode bem feito, um terno preto muito bem passado e um olhar acolhedor. “Muito jovem para um diretor, deve ser recém formado. É muito elegante e bonito. Mas pra quê um terno tão fino?”
- Este é o Diretor, menina.
- Sim, sou eu. Ele disse, dando um sorriso acolhedor.
- Esta menina é aluna nova e está procurando a sala dela. O porteiro, novamente intervém.
- Qual a sala?
- Sala 8B. Falou ela.
- É a sala do meu sobrinho. Ele tava todo envolvido com os preparativos da edição do jornal escolar este mês. Será que ele não está por aí para ajudá-la? Eu estou tão ocupado agora. Gostaria de aguardar uns minutinhos na sala de espera?
- Não precisa se preocupar, eu mesmo consigo me achar aqui dentro da escola. Disse ela confiante.
- Pequena desse jeito? Duvido. O porteiro novamente zomba dela.
- Me deixa em paz, seu chato! Ela reclama. Não se preocupe diretor, eu me acho aqui dentro.- Neste momento uma pessoa se aproxima do diretor.
- Tio, Não vai ver os preparativos do jornal para este mês?
- Gui! Finalmente te encontrei! Seu tio exclama de alegria. Você pode me ajudar? Essa menina está precisando de ajuda para encontrar a sala dela que, por coincidência, é a mesma da sua. Leve ela porque agora tenho que resolver outros assuntos.
- Tio, mas... Ele fica sem respostas. Ok pode deixar.
Eles se olham de frente. Joan fica pasmada ao ver que é ele, o Gui, o garoto que a acudiu na praça quando ela se encontrava em prantos. Quase não havia o reconhecido naquele uniforme almofadinha com gravata e tudo. Estava lindo! Todo penteado e olhando-a com as bochechas avermelhadas, porém feliz, com um meio sorriso no canto dos lábios.
Aquele colégio seria diferente de tudo aquilo que ela vivenciou em sua cidadezinha. Naquele local as regras pareciam funcionar. Passou por algumas turmas e viu os alunos, todos sentados, fazendo suas tarefas sem conversar. Em sua antiga escola isso seria impossível, não que lá fosse uma bagunça, mas as regras se faziam na conversa, todos podiam opinar que seriam ouvidos pela direção. O diretor parecia bem parcial, mas a rigidez aparente demonstrava o contrário.
- Oi. Está melhor?
- Sim. Respondeu ela enquanto caminhava, seguindo-o.
- Aquele dia, nem deu tempo da gente conversar...
- Tudo bem, sem problemas... Ela estava tímida por ele tê-la pego chorando da última vez.
- É por aqui.
Subiram uma escada e ainda caminharam por um longo corredor.
- Onde está aquela jóia que você estava usando?
- Deixei em casa.
Andaram mais um pouco em silêncio e chegaram à sala de aula.
- É aqui. Vou avisar ao professor que você chegou.
- Não precisa não, eu mesmo...
Ele segurou seu braço.
- O professor é muito bravo, deixe comigo.
- Tá, se você insiste...
Ele entreabriu a porta e olhou, depois falou alguma palavras com o professor. Em seguida, ele a chamou.
- Entre logo, eu vou ao jornal. Tchau.
- Tchau Gui.
- Hei garota, ande logo para o seu lugar! Está atrapalhando a minha aula!
Joan estava incrivelmente desnorteada, não conseguia nem se mexer tamanho era a vergonha que ela passava.
- Aqui! Uma garota de óculos e cachos loiros falou apontando para uma carteira próxima.
Joan rapidamente sentou-se na carteira e olhou para a loirinha de óculos dando um sorriso de agradecimento.
- Esse professor é sempre assim? Perguntou Joan a loirinha.
- Nada, você precisa vê-lo de mal humor... Cochicha a aluna.
As duas riem.
- Qual é o motivo da graça aí atrás?
- Nenhum professor.
- Então silêncio, principalmente você aluna nova...
Voltaram a fazer as tarefas.
- Qual o seu nome? Pergunta Joan a outra menina.
- Meu nome é Laura. Você é amiga do Gui?
- O conheci estes dias. Mas não posso dizer que sou amiga dele.
- Que pena, ele é muito legal. Se ela não sufocasse tanto ele... Mas que ele e a namorada dele se entendam... Eu não tenho nada haver com isso... – Uma breve faísca sai dos olhos de Laura e um sorriso maroto no canto dos lábios demonstram interesse na história do casal.
- Como assim? Pergunta Joan curiosa. Quer dizer que ele tem namorada?
Neste momento entra Gui na sala e vira-se na direção de Joan sorrindo. Um sorriso semelhante ao de seu tio. Sentou-se sozinho, pegou o caderno e começou a escrever.
- Do que você está falando? Pergunta Joan mais curiosa do que nunca.
Sentindo uma pitada de interesse no ar, Laura diz:
- Hmmm, no intervalo a gente conversa melhor.
Trimmmmmmmm! O sinal do intervalo toca.
Joan ria por dentro. Não via a hora de conhecer melhor as pessoas daquele colégio, que parecia ser bem intrigante.
- Vamos descer, disse Laura.
- Ta. Joan fecha a mochila se levanta e sai.
Um comentário:
Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu
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